EPHEMERIDAE
Hexagenia (Pseudeatonica) albivitta (Walker, 1853)
Hexagenia (Pseudeatonica) callineura Banks, 1914
Hexagenia (Pseudeatonica) mexicana Eaton, 1883
Distribuição
A família Ephemeridae é cosmopolita, estando presente em todos os continentes, exceto pela Antártica (Edmunds et al. 1976, Berner & Pescador 1988). Enquanto três gêneros e diversas espécies ocorrem na América do Norte, apenas três espécies, todas pertencentes ao gênero Hexagenia Walsh, 1863, estão registradas para a América do Sul. Para o Brasil somente uma espécie foi registrada até o momento, Hexagenia (Pseudeatonica) albivitta (Walker, 1853).
Sistemática
Ephemeridae, assim como Behningiidae, Palingeniidae, Ichthybotidae, Euthyplociidae e Polymitarcyidae, pertencem a um grupo denominado Fossoriae, integrado por efemerópteros escavadores e, em geral, portadores de colmilhos mandibulares (tusks). Tal grupo encontra-se inserido em um clado bem sustentado de Ephemeroptera denominado Furcatergalia, que além de Fossoriae é composto por Leptophlebiidae, Potamanthidae e Pannota (Ogden et al. 2009).
Diagnose (modificada de Salles 2006, Da-Silva & Salles 2012)
**Ninfas: presença de colmilhos, ou projeções falciformes mandibulares; brânquias II a VII bifurcadas e franjadas e brânquia I não pectinada; colmilhos mandibulares curtos, tão longos quanto a cabeça e dorsalmente orientados na metade distal; tíbias achatadas, as anteriores não fusionadas ao tarso e com uma projeção interna; brânquias arranjadas dorsalmente.
**Adultos: veias MP2 e CuA da asa anterior formando um ângulo quase reto na base; asa anterior triangular, com margem cúbito-anal bem desenvolvida (maior que a metade da margemexterna); asa posterior relativamente grande, aproximadamente ¼ da asa anterior; pernas medianas e posteriores desenvolvidas; filamento terminal reduzido.
Habitat e meso-habitat
Ninfas de Ephemeridae são encontradas tanto em ambientes lênticos como em remansos de ambientes lóticos. Vivem enterradas no substrato, sendo portanto fossoriais, e habitam pequenas galerias em forma de U. Segundo Edmunds et al. (1976) o principal fator que controla a distribuição das ninfas de Ephemeridae é a qualidade do substrato. Ele deve ser composto de argila ou areia bem fina, além de ser macio o suficiente para que as ninfas consigam se enterrar, mas firme para que os tubos em forma de U não desabem. Além do hábito fossorial, também são capazes de nadar, efetuando para tal batimento das brânquias em conjunto com uma leve ondulação do corpo, principalmente do abdome.
Hábitos
São essencialmente coletoras, podendo filtrar partículas em suspensão na água, assim como podem deixar as galerias para apanhar as partículas depositadas no fundo (Edmunds et al. 1976).
Referências
Berner L. & Pescador M.L. 1988. The Mayflies of Florida. Revised Edition. University Presses of Florida, Gainesville: 1-415.
Da-Silva, E. R. & F. F. Salles. 2012. Ephemeroptera Hyatt & Arms, 1891, p. 231–244. In: J. A. Rafael, G. A. R. Melo, C. J. B. Carvalho, S. A. Casari & R. Constantino(Eds.). Insetos do Brasil: Diversidade e taxonomia. Ribeirão Preto, Holos, 810 p.
Edmunds G.F., Jr. & Jensen S.L. & Berner L. 1976. The mayflies of North and Central America. Univ. Minnesota Press., 330 pp.
Ogden T.H. & Gattolliat J.L. & Sartori M. & Staniczek A.H. & Soldan T. & Whiling M.F. 2009. Towards a new paradigm in mayfly phylogeny (Ephemeroptera): conbined analysis of morphological and molecular data. Systematic Entomology 34: 616-634.
Salles, F.F. 2006. A ordem Ephemeroptera no Brasil (Insecta): Taxonomia e diversidade. 313 f. Tese (Doutorado em Entomologia) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.