POLYMITARCYIDAE
Gêneros:
Asthenopodes chumuco Molineri, Salles & Peters, 2015
Asthenopodes picteti (Hubbard, 1975)
Asthenopodes traverae Molineri, Salles & Peters, 2015
Asthenopus angelae De-Souza & Molineri, 2012
Asthenopus curtus (Hagen, 1861)
Asthenopus guarani Molineri, Salles & Peters, 2015
Asthenopus hubbardi Molineri, Salles & Peters, 2015
Asthenopus magnus Molineri, Salles & Peters, 2015
Campsurus albifilum (Walker, 1853)
Campsurus amapaensis Molinieri & Emmerich, 2010
Campsurus argentinus Esben-Petersen, 1912
Campsurus assimilis Traver, 1944
Campsurus cotaxe Molineri & Salles, 2017
Campsurus cristales Molineri & Granados, 2019
Campsurus cuyuniensis Traver, 1947
Campsurus dasilvai Molineri & Salles, 2017
Campsurus demeni Molineri & Salles, 2017
Campsurus essequibo Traver, 1947
Campsurus evanidus Neddham & Murphy, 1924
Campsurus fortuitus Cruz, Molineri & Hamada, 2022
Campsurus froehlichi Cruz, Molineri & Hamada, 2022
Campsurus fuliginatus Molineri & Salles, 2013
Campsurus gracilipenis Molineri & Salles, 2013
Campsurus homaulus Molineri & Salles, 2013
Campsurus indivisus Ulmer, 1942
Campsurus inusitatus Molineri & Salles, 2017
Campsurus janae Molineri & Salles, 2017
Campsurus jorgenseni Esben - Petersen, 1912
Campsurus latipennis (Walker, 1853)
Campsurus litaninensis Spieth, 1943
Campsurus lucidus Needham & Murphy, 1924
Campsurus major Needham & Murphy, 1924
Campsurus mirim Pantoja, Viana & Salles, 2023
Campsurus molinai Molineri, Salles & Emmerich, 2015
Campsurus molinerii Cabral, Salles & Mariano, 2022
Campsurus nessimiani Molineri & Salles, 2017
Campsurus pedicellarius Spieth, 1943
Campsurus pereirae Molineri & Salles, 2017
Campsurus povilla Molineri & Salles, 2017
Campsurus salobra Molineri & Salles, 2017
Campsurus segnis Needham & Murphy, 1924
Campsurus sinamari Molineri & Salles, 2017
Campsurus truncatus Ulmer, 1920
Campsurus ulmeri Traver, 1950
Campsurus vichada Molineri & Granados, 2019
Campsurus violaceus Needham & Murphy, 1924
Campsurus vulturorum Emmerich & Molineri, 2011
Campsurus yavari Molineri & Salles, 2013
Campsurus zunigae Molineri & Salles, 2017
Hubbardipes crenulatus (Molineri, Cruz & Emmerich, 2011)
Priasthenopus gilliesi (Domínguez, 1988)
Tortopsis andaki Molineri, Dias & Zúñiga, 2021
Tortopsis bruchianus (Navás, 1926)
Tortopsis canum Gonçalves, Da-Silva & Nessimian, 2011
Tortopsis limoncocha Molineri, 2010
Tortopsis obscuripennis (Domínguez, 1985)
Tortopsis parishi (Banks, 1918)
Tortopsis sarae (Domínguez, 1985)
Tortopsis spatula Molineri, 2010
Tortopsis toro Molineri, Dias & Zúñiga, 2021
Tortopsis unguiculatus (Ulmer, 1920)
Tortopus arenales Molineri, 2010
Tortopus coreguaje Molineri, Dias & Zúñiga, 2021
Tortopus harrisi Traver, 1950
Tortopus igaranus Needham & Murphy, 1924
Tortopus ipixuna Molineri, Salles & Boldrini, 2012
Tortopus yasuni Ghia, 2022
Tortopus zottai (Navás, 1920)
Distribuição
Família de ampla distribuição, encontrada nas regiões Neotropical, Neártica, Paleártica, Afrotropical e Oriental. Está dividida em três subfamílias, das quais duas ocorrem na América do Sul e Brasil, Asthenopodinae, com o gênero Asthenopus Eaton, 1871 e Campsurinae, comCampsurus Eaton, 1868, Tortopus Needham & Murphy, 1924 e Tortopsis Molineri, 2010. Os Asthenopodinae são representados ainda por mais dois gêneros, Languidipes Hubbard, 1984 e Povilla Navás, 1912, encontrados apenas nas regiões Afrotropical e Oriental. Na América do Sul a família é representada por 57 espécies, sendo Campsurus representando por 42 espécies descritas até o momento, fazendo com que seja um dos gêneros mais especiosos de Ephemeroptera no Continente Americano. Para o Brasil estão registradas 28 espécies de Campsurus, quatro de Asthenopus, três de Tortopus e três de Tortopsis.
Sistemática
Polymitarcyidae, assim como Behningiidae, Palingeniidae, Ichthybotidae, Euthyplociidae e Ephemeridae, pertencem a um grupo denominado Fossoriae, integrado por efemerópteros escavadores e, em geral, portadores de colmilhos mandibulares (tusks). Tal grupo encontra-se inserido em um clado bem sustentado de Ephemeroptera denominado Furcatergalia, que além de Fossoriae é composto por Leptophlebiidae, Potamanthidae e Pannota (Ogden et al. 2009).
Diagnose (modificada de Salles 2006, Da-Silva & Salles 2012)
**Ninfa: presença de projeções falciformes mandibulares; brânquias II a VII bifurcadas e franjadas e brânquia I não pectinada; colmilhos mandibulares curtos, subiguais ao comprimento da cabeça; tarso e tíbia anteriores fusionados, pernas fossoriais e brânquias arranjadas dorsalmente.
**Adulto:veias MP2 e CuA da asa anterior formando um ângulo quase reto na base; asa anterior triangular, com margem cúbito-anal bem desenvolvida (maior que a metade da margem externa); asa posterior relativamente grande, aproximadamente ¼ da asa anterior; pernas medianas e posteriores atrofiadas; filamento terminal reduzido.
Habitat e meso-habitat
Vivem ambientes lênticos e lóticos, como lagoas, tanques de piscicultura, seções potamais de rios, barrancos, e até em áreas de correnteza moderada, desde que abrigados por pedras. Possuem o hábito de viver enterrados e formar túneis ou galerias em forma de U, da mesma forma que ninfas de Ephemeridae. Ninfas de Asthenopus são encontradas em grande quantidade em madeira submersa (troncos submersos em rios amazônicos, como o Negro, constituem verdadeiras colônias desse gênero), podendo viver inclusive, segundo Braga (1979), até em substratos artificiais, como bóias de navegação por exemplo.
Como já relatado ninfas de Polymitarcyidae são fossoriais, contudo são capazes de nadar relativamente bem apenas com o auxílio das brânquias. Ninfas de Campsurus quando retiradas de onde vivem, nadam vagarosamente, se enterrando rapidamente ao entrarem novamente em contato com o substrato.
Hábitos
São coletoras, filtrando partículas em suspensas na água. As cerdas longas e bi-pectinadas presentes nas pernas anteriores (margem interna do fêmur e tíbia) e na base da margem externa das mandíbulas, formam uma eficiente rede onde as partículas ficam aderidas.
Referências
Braga R.A.P. 1979. Contribuição à biologia e ecologia de Asthenopus curtus Hagen (Insecta – Ephemeroptera) dos arredores de Manaus (Amazonia Central). Masters Thesis, Fundãco Universidade do Amazonas. 77 pp.
Da-Silva, E. R. & F. F. Salles. 2012. Ephemeroptera Hyatt & Arms, 1891, p. 231–244. In: J. A. Rafael, G. A. R. Melo, C. J. B. Carvalho, S. A. Casari & R. Constantino(Eds.). Insetos do Brasil: Diversidade e taxonomia. Ribeirão Preto, Holos, 810 p.
Edmunds G.F., Jr. & Waltz R.D. 1996. Chapter 11. Ephemeroptera. In: Merritt R.W. & Cumins K.W. (eds). An introduction to the aquatic insects of North America. 3rd Edition. Kendall Hunt Publishing Co., Dubuque, Iowa: 126-163.
Ogden T.H. & Gattolliat J.L. & Sartori M. & Staniczek A.H. & Soldan T. & Whiling M.F. 2009. Towards a new paradigm in mayfly phylogeny (Ephemeroptera): conbined analysis of morphological and molecular data. Systematic Entomology 34: 616-634.
Salles, F.F. 2006. A ordem Ephemeroptera no Brasil (Insecta): Taxonomia e diversidade. 313 f. Tese (Doutorado em Entomologia) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.